quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Padilha visita São Paulo para discutir combate ao crack


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o governo federal vai investir R$ 6,4 milhões em programas de tratamento de dependentes químicos na capital paulista. Ele visitou a cidade hoje (18) para discutir ações para a recuperar a área que ficou conhecida como cracolândia.



Padilha explicou que R$ 3,2 milhões já estavam previstos, desde dezembro de 2011, para serem repassados no primeiro semestre deste ano ao governo municipal. A novidade é que essa quantia vai continuar sendo investida no últimos seis meses de 2012, o que somará R$ 6,4 milhões neste ano.

O ministro e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), visitaram o Complexo de Saúde da Sé, por volta das 10h. Eles vistoriaram os serviços oferecidos pelo complexo, que reúne na região central da cidade uma unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA), um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) infantil e um Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (Caps AD).

Padilha, que é médico infectologista, chegou ao centro de saúde vestindo jaleco do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo federal tem um Plano de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas e no ano passado Kassab e Padilha debateram em Brasília como a capital paulista participaria da iniciativa.

Operação

A operação que acontece desde o dia 3 de janeiro na cracolândia, no centro de São Paulo, comçou a demolir seis imóveis da região, após a interdição de mais de 30 considerados irregulares na área. Os estabelecimentos, localizados nas alamedas Barão de Piracicaba e Dino Bueno, rua Helvetia, avenida Rio Branco e largo Coração de Jesus, abrigavam comércios, bares, hotéis e pensões construídas irregularmente.

A ação foi realizada ontem por 250 homens, divididos em 20 equipes, compostas por agentes, engenheiros e agentes de apoio, que contaram com o auxílio de 40 caminhões. As fiscalizações deverão continuar ao longo da semana.

Segundo o mais recente balanço divulgado pelo governo estadual, os agentes de saúde realizaram 2.111 abordagens desde o começo da operação, feita em conjunto com o município, sendo que 92 foram internadas e outras 352 foram encaminhadas para serviços de saúde, sem especificar qual tipo de atendimento estão recebendo. A Secretária de Segurança Pública (SSP) afirma que a ação não tem prazo para terminar e que não há erros na operação.

Entretanto, o que se vê desde o início são ações atropeladas seja do comando da PM, seja da Gaurda Civil Metropolitana (GCM). Começou antes da hora planejada, sem o conhecimento do prefeit, do governaor e do comando geral da Polícia Militar. Além disso, entidades da sociedade civil acusam os governos de agir de maneira violenta contra os usuários. O próprio coordenador da saúde, do governo do estado, reconheceu que as ações se baseiam na dor e sofrimento do dependente que fica acuado, cercado, sufocado, que deu nome à operação, Sufoco, e acaba cedendo.  

O uso da força também é duramente criticado. Imagens mostraram a Polícia Militar usando balas de borracha e bombas de efeito moral contra os usuários. A SSP, depois da divulgação das imagens, proibiu o uso desse armamento. O Ministério Público chegou a abrir inquérito para investigar a atuação da PM na operação.

Quem deu ordens para operação?

Uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, na segunda-feira (16), mostrou que Kassab e Alckmin decidiram, no dia 1º de dezembro, pelo uso ostensivo da Polícia Militar na cracolândia. Até então, havia grupos que defendiam prioridade à ação social e de saúde pública. O combate ao tráfico foi definido após o secretário municipal, Januário Montone (da Saúde), ter dito que sem repressão da PM, todos seguiriam "enxugando gelo".

No entanto, nenhum grande traficante foi preso até agora. A maior apreensão feita pela polícia foi na noite de quinta-feira (12), quando uma mulher foi detida com 16 mil pedras de crack que seriam distribuídas na região.

Com Agência Estado

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