Vicente Estevam - Repórter de Esportes
O Campeonato Estadual teve a formula de disputa alterada, foram acrescidos mais jogos decisivos com a implementação de uma fase semifinal, porém, os números de arrecadação dos clubes demonstram que o torcedor continua arredio. Os clássicos entre ABC e América, os de maior apelo popular, mesmo com os dois clubes realizando três jogos no primeiro tuno, sendo dois deles pela decisão, ainda não romperam a casa dos R$ 250 mil de arrecadação bruta é a média de público das duas agremiações ainda não chegou nem perto ao patamar desejado pelos dirigentes.
Isso está obrigando a diretoria alvinegra pensar numa série de estratégias de marketing não apenas para aumentar o número de sócios-torcedores, mas também para levar o público de volta ao estádio Frasqueirão. Dos grandes clubes natalenses, o ABC é o único que tem o conforto de não precisar fazer sua torcida se deslocar da cidade para acompanhar os seus espetáculos, ainda assim a média de público do clube é de 5.087 pagantes. Uma das estratégias para tentar aumentar essa presença tem sido o sorteio de um salário-mínimo entre os torcedores, a cada partida no Frasqueirão.
Afetados diretamente pela falta do planejamento do governo de um plano B, com a finalidade de atender aos clubes que seriam prejudicados com a demolição do Machadão para construção da Arena das Dunas, América e Alecrim, que decidiram mandar seus jogos no estádio Nazarenão, em Goianinha, vivem dias piores. Rival do alvinegro em tudo que se possa imaginar, na atual temporada, com a distância e a limitação do estádio interferindo negativamente na vontade dos torcedores comparecerem aos jogos, o América está longe do ABC na questão de média de público e renda.
A disputa do alvirrubro este ano, em termos de média de público e arrecadação, está se dando contra os clubes mossoroenses. Vale lembrar que pelos lados do Oeste os dois representantes não tiveram boa participação no primeiro turno e ainda assim andaram muito próximos do alvirrubro natalense que registra uma média de 1.190 de torcedores por partida, contra 1.120 do Potiguar e 1.075 do Baraúnas.
O que dirá o Alecrim, clube que sentiu o maior golpe com a obrigação de mudar de endereço. Sem conquistar títulos desde a década de 80, o clube que já convivia com dificuldade extrema ainda podendo contar com o Machadão, hoje ostenta a pior média de público do Estadual. Mesmo com os números insuflados pelo confronto com o ABC, o qual conseguiu mandar no Frasqueirão, a média de público do verdão não passa de 339 por jogo.
Se não fosse por essa concessão abecedista, o quadro seria mais dramático. Prova disso é que os alecrinenses encabeçam a lista do quadro de piores renda e público com as três primeiras colocações. Na derrota de 2 a 0 para o Baraúnas, apenas 42 torcedores pagaram ingresso, ou seja, isso é menos gente que um ônibus pode comportar. Contra o Potiguar, houve um discreto aumento de torcedores e 64 pessoas pagaram ingresso, para acompanhar uma nova derrota da equipe. O jogo de maior público do time esmeraldino em Goianinha reuniu apenas 85 pagantes.
Ou seja, o Alecrim está dentro daquela categoria de clubes que paga para jogar, são raras as partidas onde as receitas são suficientes para cobrir todas as despesas, o que obriga o presidente da agremiação, Orlando Caldas, e toda sua diretoria a usar da imaginação e impedir que um dos mais tradicionais clubes do futebol potiguar feche suas portas por insolvência.
"Se não fosse a Federação Norte-riograndense se responsabilizar pelo pagamento da arbitragem, ainda ajudar nas despesas com locomoção e hospedagem, nós não teríamos condições de disputar esse Estadual. Pelo levantamento que fizemos, só para jogar teríamos de gastar em torno de R$ 23 mil. Há muito tempo que vivemos apenas daquilo que conseguimos arrecadar nos jogos contra ABC e América apenas", ressaltou Orlando Caldas.
O presidente alecrinense ressaltou que no tempo do Machadão, as coisas não eram uma maravilha, mas também estava longe de ser considerado o caos total. "Atuando no Machadão nossa média de torcedores ficava em torno de 500 pagantes. Nos jogos pelo Estadual dava para cobrir os nossos gastos. Agora não, continuando assim não teremos como resistir por muito tempo. Vivemos hoje daquilo que conseguimos arrecadar com nossos beneméritos e com o pouco patrocínio que conseguimos arrumar. Mas esse grupo vem se reduzindo ano a ano", salientou o presidente alecrinense.
Promessa de apoio fica só na intenção
Para combater o rombo nas contas dos clubes natalenses que tiveram de mudar a sede dos seus jogos para Goianinha, seria necessário a existência de um forte apoio governamental. Seria, mas a governadora Rosalba Ciarlini, que prometera enviar um emissário a Pernambuco para estudar o projeto "Vou com a Nota", que troca notas fiscais por ingressos para o futebol e garante 75% da lotação dos estádios, até agora não cumpriu com que disse.
Frente a situação, o presidente do América, Alex Padang, projeta uma série de dificuldades para o clube no restante da temporada. "Hoje o América está gastando bem mais do que aquilo que pode arrecadar", disse fazendo referência ao baixo retorno que o alvirrubro teve durante o primeiro turno do estadual, quando conseguiu colocar apenas R$ 71.893,64 no cofre, contra os R$ 537.407,92 do ABC.
"Nós já esperávamos essa dificuldade, sabíamos que seria exigir de mais do nosso torcedor que eles comparecessem em massa aos jogos em Goianinha", disse Alex Padang. "Reconheço que estamos enfrentando uma dificuldade que pode comprometer nossos planos na série B. Como estamos trabalhando no vermelho precisamos convencer nosso torcedor que a ajuda dele será fundamental nos próximos dois anos."
Segundo o dirigente, para entrar com um time competitivo na série B, cuja largada será em maio, o América precisa triplicar o seu quadro de sócio-torcedor. "Nós temos hoje cerca de 1.400 associados, precisamos subir esse número, no mínimo, para cinco mil para equilibrar nossas finanças e procurar manter um time competitivo. Tá muito difícil de se conquistar patrocinador e vamos depender diretamente de quem ama o América", ressaltou.
Mesmo posando de campeão de arrecadação e tendo colocado no cofre meio milhão de reais, apenas no primeiro turno, o presidente do ABC Rubens Guilherme alerta que o clube não se considera tranquilo. "Pelos investimentos que nós realizamos, esperávamos um maior retorno por parte do nosso torcedor", disse o dirigente. "Enquanto não atrairmos a atenção da mídia nacional, não entrar uma rede de tevê aberta para transmitir nossos jogos, não conseguiremos melhores patrocínios. É preciso uma ação integrada", destaca.
O presidente da da Federação Norte-riograndense de Futebol, José Vanildo, acredita que o quadro de arrecadações irá melhorar no 2º turno. "Teremos mutos jogos decisivos e o público vai duplicar na fase decisiva", ressalta.
O Campeonato Estadual teve a formula de disputa alterada, foram acrescidos mais jogos decisivos com a implementação de uma fase semifinal, porém, os números de arrecadação dos clubes demonstram que o torcedor continua arredio. Os clássicos entre ABC e América, os de maior apelo popular, mesmo com os dois clubes realizando três jogos no primeiro tuno, sendo dois deles pela decisão, ainda não romperam a casa dos R$ 250 mil de arrecadação bruta é a média de público das duas agremiações ainda não chegou nem perto ao patamar desejado pelos dirigentes.
Júnior SantosNazarenão enfrenta um tipo de rejeição e público é decepcionante
Isso está obrigando a diretoria alvinegra pensar numa série de estratégias de marketing não apenas para aumentar o número de sócios-torcedores, mas também para levar o público de volta ao estádio Frasqueirão. Dos grandes clubes natalenses, o ABC é o único que tem o conforto de não precisar fazer sua torcida se deslocar da cidade para acompanhar os seus espetáculos, ainda assim a média de público do clube é de 5.087 pagantes. Uma das estratégias para tentar aumentar essa presença tem sido o sorteio de um salário-mínimo entre os torcedores, a cada partida no Frasqueirão.
Afetados diretamente pela falta do planejamento do governo de um plano B, com a finalidade de atender aos clubes que seriam prejudicados com a demolição do Machadão para construção da Arena das Dunas, América e Alecrim, que decidiram mandar seus jogos no estádio Nazarenão, em Goianinha, vivem dias piores. Rival do alvinegro em tudo que se possa imaginar, na atual temporada, com a distância e a limitação do estádio interferindo negativamente na vontade dos torcedores comparecerem aos jogos, o América está longe do ABC na questão de média de público e renda.
A disputa do alvirrubro este ano, em termos de média de público e arrecadação, está se dando contra os clubes mossoroenses. Vale lembrar que pelos lados do Oeste os dois representantes não tiveram boa participação no primeiro turno e ainda assim andaram muito próximos do alvirrubro natalense que registra uma média de 1.190 de torcedores por partida, contra 1.120 do Potiguar e 1.075 do Baraúnas.
O que dirá o Alecrim, clube que sentiu o maior golpe com a obrigação de mudar de endereço. Sem conquistar títulos desde a década de 80, o clube que já convivia com dificuldade extrema ainda podendo contar com o Machadão, hoje ostenta a pior média de público do Estadual. Mesmo com os números insuflados pelo confronto com o ABC, o qual conseguiu mandar no Frasqueirão, a média de público do verdão não passa de 339 por jogo.
Se não fosse por essa concessão abecedista, o quadro seria mais dramático. Prova disso é que os alecrinenses encabeçam a lista do quadro de piores renda e público com as três primeiras colocações. Na derrota de 2 a 0 para o Baraúnas, apenas 42 torcedores pagaram ingresso, ou seja, isso é menos gente que um ônibus pode comportar. Contra o Potiguar, houve um discreto aumento de torcedores e 64 pessoas pagaram ingresso, para acompanhar uma nova derrota da equipe. O jogo de maior público do time esmeraldino em Goianinha reuniu apenas 85 pagantes.
Ou seja, o Alecrim está dentro daquela categoria de clubes que paga para jogar, são raras as partidas onde as receitas são suficientes para cobrir todas as despesas, o que obriga o presidente da agremiação, Orlando Caldas, e toda sua diretoria a usar da imaginação e impedir que um dos mais tradicionais clubes do futebol potiguar feche suas portas por insolvência.
"Se não fosse a Federação Norte-riograndense se responsabilizar pelo pagamento da arbitragem, ainda ajudar nas despesas com locomoção e hospedagem, nós não teríamos condições de disputar esse Estadual. Pelo levantamento que fizemos, só para jogar teríamos de gastar em torno de R$ 23 mil. Há muito tempo que vivemos apenas daquilo que conseguimos arrecadar nos jogos contra ABC e América apenas", ressaltou Orlando Caldas.
O presidente alecrinense ressaltou que no tempo do Machadão, as coisas não eram uma maravilha, mas também estava longe de ser considerado o caos total. "Atuando no Machadão nossa média de torcedores ficava em torno de 500 pagantes. Nos jogos pelo Estadual dava para cobrir os nossos gastos. Agora não, continuando assim não teremos como resistir por muito tempo. Vivemos hoje daquilo que conseguimos arrecadar com nossos beneméritos e com o pouco patrocínio que conseguimos arrumar. Mas esse grupo vem se reduzindo ano a ano", salientou o presidente alecrinense.
Promessa de apoio fica só na intenção
Para combater o rombo nas contas dos clubes natalenses que tiveram de mudar a sede dos seus jogos para Goianinha, seria necessário a existência de um forte apoio governamental. Seria, mas a governadora Rosalba Ciarlini, que prometera enviar um emissário a Pernambuco para estudar o projeto "Vou com a Nota", que troca notas fiscais por ingressos para o futebol e garante 75% da lotação dos estádios, até agora não cumpriu com que disse.
Frente a situação, o presidente do América, Alex Padang, projeta uma série de dificuldades para o clube no restante da temporada. "Hoje o América está gastando bem mais do que aquilo que pode arrecadar", disse fazendo referência ao baixo retorno que o alvirrubro teve durante o primeiro turno do estadual, quando conseguiu colocar apenas R$ 71.893,64 no cofre, contra os R$ 537.407,92 do ABC.
"Nós já esperávamos essa dificuldade, sabíamos que seria exigir de mais do nosso torcedor que eles comparecessem em massa aos jogos em Goianinha", disse Alex Padang. "Reconheço que estamos enfrentando uma dificuldade que pode comprometer nossos planos na série B. Como estamos trabalhando no vermelho precisamos convencer nosso torcedor que a ajuda dele será fundamental nos próximos dois anos."
Segundo o dirigente, para entrar com um time competitivo na série B, cuja largada será em maio, o América precisa triplicar o seu quadro de sócio-torcedor. "Nós temos hoje cerca de 1.400 associados, precisamos subir esse número, no mínimo, para cinco mil para equilibrar nossas finanças e procurar manter um time competitivo. Tá muito difícil de se conquistar patrocinador e vamos depender diretamente de quem ama o América", ressaltou.
Mesmo posando de campeão de arrecadação e tendo colocado no cofre meio milhão de reais, apenas no primeiro turno, o presidente do ABC Rubens Guilherme alerta que o clube não se considera tranquilo. "Pelos investimentos que nós realizamos, esperávamos um maior retorno por parte do nosso torcedor", disse o dirigente. "Enquanto não atrairmos a atenção da mídia nacional, não entrar uma rede de tevê aberta para transmitir nossos jogos, não conseguiremos melhores patrocínios. É preciso uma ação integrada", destaca.
O presidente da da Federação Norte-riograndense de Futebol, José Vanildo, acredita que o quadro de arrecadações irá melhorar no 2º turno. "Teremos mutos jogos decisivos e o público vai duplicar na fase decisiva", ressalta.
Fonte: TNOnline
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