Maior colecionador de carros antigos do Estado, Fernando Siqueira chegou a ter 10 veículos, mas atualmente mantém 6 deles. Foto: José Aldenir |
A cada ano, a frota de carros novos circulando pelas ruas das cidades aumenta em todo o Brasil. Isso porque o mercado automobilístico está sempre inovando e oferecendo modelos mais atraentes, com tecnologia de ponta e com um design cada vez mais moderno, além das recentes reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que trouxeram mais facilidade para a compra de automóveis novos.
Entretanto, apesar dos novos modelos caírem na graça da maioria dos consumidores, um público específico não se encanta com tanta modernidade e prefere os modelos mais clássicos. Esses são os chamados antigomobilistas. Conhecidos pela paixão declarada por carros antigos podem se encaixar neste termo tanto aqueles que possuem veículos antigos ou que simplesmente os admiram e buscam conhecer mais sobre eles.
A paixão dos antigomobilistas em cultivar carros antigos, de certa forma, ajuda a preservar a cultura e história do automobilismo. Em todo o mundo existem muitas associações e clubes criados por esse público, composto principalmente por colecionadores de veículos antigos. Eles organizam e participam de eventos para colocar os carros em exposição e conhecer outros antigomobilistas a fim de negociar a venda ou compra, ou apenas para admirar um modelo ainda não visto de perto.
No Rio Grande do Norte, o Veteran Car Club do Brasil Potiguar foi fundado em 1996, pelo professor universitário, advogado e jornalista Fernando Siqueira, com o objetivo de agregar os colecionadores de carros antigos que existem no Estado. Após a fundação do clube, que foi sugerida pelo então governador Garibaldi Alves Filho, as reuniões dos associados passaram a ser regulares.
Para o fundador do Veteran Potiguar, a fundação do clube foi fundamental para estabelecer o antigomobilismo no Rio Grande do Norte. “Convidei pessoas de Natal, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, Pernambuco e Fortaleza, e uma das maiores autoridades do antigomobilismo no Brasil, Og Pozzoli, que atualmente possui 180 automóveis. Ele veio nos prestigiar e, inclusive, o nome do clube foi dado por ele. Esse foi o pontapé inicial para formalização do automobilismo no RN. A partir daí, sensibilizamos as pessoas que cultuam e cultivam o automóvel antigo a participarem de nossas reuniões. Com o passar dos anos, mais apaixonados apareceram e o clube está se tornando cada vez maior”, afirmou Fernando Siqueira.
Fernando Siqueira é o maior colecionador de carros antigos conhecido do Rio Grande do Norte. Ele, que já chegou a ter dez modelos de carros antigos, atualmente mantém seis deles, em ótimo estado de conservação e completamente originais. Dentre os veículos que possui, os mais representativos são um Chevrolet Corvette Sting Ray, de 1972; um Ford Landau, de 1980; dois Mercedes Benz, sendo um de 1987 e outro de 1991 e; um Chevrolet Conversível, de 1926, que é um dos carros mais antigos do Rio Grande do Norte.
O colecionador conta que, desde pequeno, sempre foi apaixonado por automobilismo. “Quando criança ganhou um mini jeep infantil do meu pai e só me desfiz dele quando já não cabia mais dentro”. Fernando lembra que sempre foi admirador de carros antigos, mas seu interesse foi aflorado quando, a partir do ano de 1971, passou a escrever sobre automobilismo para um jornal local e conheceu esse ‘mundo’ mais de perto.
Segundo Fernando, o universo do antigomobilismo é muito amplo e apesar de conhecer com detalhes as principais novidades deste mercado, a ‘menina de seus olhos’ são realmente os veículos clássicos. “Os veículos antigos, desde as bicicletas e motocicletas até os diversos modelos de carros, são muito atraentes pelo design, beleza e, principalmente, pela riqueza de detalhes, que nos modelos mais modernos não são tão evidenciados. Os cromados, por exemplo, são detalhes que compõem os veículos antigos e são como jóias, que realçam a beleza, mas que hoje não vemos mais”, disse Fernando Siqueira.
Para o colecionador Fernando Siqueira, ter um carro antigo é, além de tudo, um investimento agradável, tanto para quem os possui, quanto para quem apenas admira. “É um grande, belo e alegre investimento porque você está comprando um bem que é do gosto popular e sonho de consumo de crianças, jovens e velhos, sejam homens ou mulheres. Você sai na rua com um carro do ano e ninguém olha para você. Mas se sai com um antigo, todo mundo presta atenção e quer ver de perto essas verdadeiras relíquias”, disse Fernando.
O antigomobilismo atrai adeptos não apenas pela beleza dos carros, mas também por ser um bom investimento, uma vez que quanto mais antigo e original, mais valioso é o veículo. Enquanto um automóvel zero perde cerca de 5% a 10% do valor logo que sai da concessionária, um automóvel antigo traz lucros, pois a cada ano que se passa ele se torna mais raro e valorizado.
Os colecionadores, portanto, não têm medo de investir e não se preocupam com valores, apenas com a originalidade e estado do veículo, como afirma Fernando Siqueira. “Uma vez comprei um Mercedes Benz conversível, o nome era Pagoda e paguei R$ 45 mil por ele. Três anos depois, vendi por R$ 130 mil. Quando compramos um carro antigo, o preço não é o mais relevante. Ele pode valer de R$ 500 a R$ 5 milhões, dependendo da marca, ano de fabricação, modelo, versão, estado de conservação e, principalmente, se as peças e pequenos detalhes são os originais desde a fabricação. Essas especificações é que dizem quanto vai valer o investimento”, explica Fernando Siqueira.
Nos últimos anos, o segmento antigomobilista movimentou bilhões na economia e tem ganhando cada vez mais força. Uma conquista recente foi a liberação para importar carros antigos de outros países. Inicialmente, a importação só era permitida para veículos novos, mas após apelos dos antigomobilistas junto ao Governo Federal, a importação de carros antigos foi liberada, desde que estes tenham mais de 30 anos de fabricação. Hoje qualquer cidadão pode comprá-los pagando a mesma carga de impostos de um veículo zero quilômetro.
Apesar de os veículos antigos fazerem sucesso pelas ruas por onde passam, são patrimônios valiosos e, por isso, os colecionadores evitam circular diariamente mostrando esses ‘tesouros’. Pelo contrário, costumam ser avessos à ostentação e não revelam quanto pagaram ou quanto vale o automóvel, por medo de serem roubados. Além disso, as seguradoras não se interessam em cobrir o serviço para esses carros. Mesmo assim, de vez em quando podemos nos surpreender com esses veículos circulando pelas ruas da cidade.
Atualmente, existem 110 carros antigos em todo o Rio Grande do Norte e boa parte deles participam de um já tradicional encontro realizado no primeiro sábado de cada mês, no Largo do Atheneu, em Petrópolis. No local, os proprietários dos veículos trocam ideias e conhecimentos a cerca dos carros antigos, além de possíveis negociações e trocas.
Atualmente, existem 110 carros antigos em todo o Rio Grande do Norte e boa parte deles participam de um já tradicional encontro realizado no primeiro sábado de cada mês, no Largo do Atheneu, em Petrópolis. No local, os proprietários dos veículos trocam ideias e conhecimentos a cerca dos carros antigos, além de possíveis negociações e trocas.
Encontros em outros lugares do país também são freqüentados pelos antigomobilistas potiguares. “Costumamos freqüentar, ainda, grandes encontros que acontecem pelo Brasil como o Encontro Paulista de Autos Antigos de Águas de Lindóia, que acontece anualmente, onde são apresentadas ótimas oportunidades também. Além disso, o antigomobilismo tem ganhado cada vez mais adeptos, que não vêm sozinhos, mas acompanhados pela família. Pelo fato do antigomobilismo envolver a família, o filho acompanha, desde pequeno, os pais nesses encontros e cresce amando esses automóveis. Então, traz a namorada, amigos e o segmento vai crescendo cada vez mais com apaixonados por esses carros que são verdadeiras obras de arte”, disse Fernando Siqueira.
Fonte: Portal JH
Só hoje descobri este blog...Excelente a entrevista com o Dr. Fernando Siqueira.Ela mostra como o interesse por carros antigos vai evoluindo, desde criança, pela vida fora.
ResponderExcluirSempre gostei de carros antigos também, embora não tenha nunca entrado no caminho de colecionador.
Vou morar em Portugal agora no mês de abril de 2016 e tenho uma Mercedes Benz diesel de 1976 (240D 3.0) para vender.Estou pedindo R$9.500,00.Está rodando todos os dias já que não tenho outro carro.Precisa no entanto de uma "reforma" para ficar zero...peço desculpas e autorização ao dono do blog pela publicidade...
Pedro Lopes Duarte Cel 99908-7151