terça-feira, 17 de maio de 2011

Otan bombardeia edifícios residenciais em Trípoli

Edifícios residenciais e de escritórios governamentais sofreram danos consideráveis por causa de bombardeios aéreos realizados pela OTAN contra a cidade de Trípoli nesta terça-feira (17). O governo líbio protestou contra as agressões aos civis.

A emissora de televisão estatal da Líbia informou que aviões do Pacto Militar do Atlântico Norte (OTAN) atacaram na noite passada e nesta madrugada edifícios situados no centro de Trípoli, atingindo um hotel onde se hospedam jornalistas estrangeiros.

A primeira onda de bombardeios produziu-se ontem à noite e provocou ao menos cinco potentes explosões, sentidas no hotel Luxor, depois das quais foram ouvidas as sirenes dos carros de bombeiros, que se dirigiam às localidades residenciais atingidas.

Pouco depois da meia-noite, a aviação do pacto militar voltou a sobrevoar a capital e houve mais explosões, com um possível saldo de feridos, de acordo com o porta-voz do Governo, Moussa Ibrahim, que não revelou números.

De acordo com as autoridades, um dos edifícios atingidos era o Ministério do Interior, um outro próximo era um prédio com escritórios bancários. As explosões também atingiram imóveis residenciais próximos dos edifícios.

Testemunhas relataram que um dos edifícios danificados teve um de seus lados destruído, enquanto casas inteiras ficaram envolvidas em chamas como consequência das explosões, obrigando seus moradores a pernoitarem na rua.

Na segunda-feira, a Otan bombardeou outras instalações civis em Trípoli e áreas da periferia da cidade, além de uma refinaria em Ras Lanuf, em resposta a um "pedido" do Reino Unido e dos amotinados líbios para intensificar e ampliar a agressão.

A direção do Conselho Nacional de Transição (CNT), que comanda os militares e civis rebelados, e do próprio Pacto Militar recusaram uma oferta de trégua feita pelo governo de Muamar Kadafi, cuja condição era o cessar-fogo e o fim das incursões aéreas.

O premiê líbio, Baghdadi al-Mahmoudi, comunicou a oferta ao enviado especial da ONU para a Líbia, o jordaniano Abdulilah Al-Khatib, durante uma visita no domingo, na tentativa de estabelecer uma trégua entre as forças do país e os amotinados.

Por outro lado, o vice-chanceler Khaled Kaim criticou o anúncio do promotor-chefe da Corte Penal Internacional, Luis Moreno Ocampo, de solicitar a emissão de uma ordem de detenção contra Kadafi, seu filho Saif al-Islam e o chefe de inteligência Abdulá Al-Sanusi.

"Esse tribunal é uma invenção europeia para perseguir líderes africanos", denunciou Kaim, referindo-se ao "organismo" que acusou essas três pessoas de "crimes de lesa humanidade", por supostamente terem dado ordens que contribuíram para a morte de civis.

Enquanto isso, fontes dos amotinados alegaram ter tomado controle da região de Karim, a 20 quilômetros de Misrata, no ocidente do país, encontrando armamento sofisticado que supostamente foi abandonado pelas forças armadas da Líbia.

Segundo essas fontes, o plano imediato dos rebeldes é avançar para as cidades de Zitan e Tawarga, esta última com uma população em sua maioria favorável ao presidente do país.

Com informações da Prensa Latina

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