terça-feira, 1 de março de 2011

Atropelamento em massa de ciclistas expõe uso do carro como arma

Sexta-feira (25). Porto Alegre. Todos estavam prontos para a tradicional Biciletada, encontro do Massa Crítica que reúne ciclistas uma vez por mês em várias capitais do país. Logo na saída do passeio, o pior aconteceu. Sem o mínimo constrangimento, um Golf preto parte para cima dos ciclistas, atropelando dezenas de pessoas. As cenas de agressividade, flagradas por um cinegrafista amador, expõem uma prática crescente e escandalosa no país: o uso do carro como arma.



  Impunidade não

Neste domingo (28), o motorista que atropelou ciclistas no bairro Cidade Baixa, se apresentou á Polícia Civil para prestar depoimento. O bancário, funcionário do Banco Central, Ricardo Neis, 47 anos, entrou na Delegacia de Crimes de Trânsito pelo estacionamento, acompanhado por dois advogados de defesa e escoltado por quatro policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE).

Ao encerrar o depoimento, ele disse à imprensa que foi agredido pelos ciclistas e agiu em legítima defesa. "Estou totalmente transtornado com o que aconteceu e lamento muito o ocorrido, mas não tive outra alternativa. Eles atacaram o carro, quebraram espelhos e paravam os carros que transitavam pelo local, então tive que acelerar para sair logo dali senão seria linchado", afirmou.

Ele ainda afirmou que o ato de abandonar o carro foi explicado pelo fato de ter ficado temeroso com uma nova aproximação dos manifestantes. "Os documentos foram deixados no carro para que pudesse ser identificado, mostrando que não estava fugindo", afirmou.

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