domingo, 13 de janeiro de 2013

Emoção, lágrimas e saudades marcaram o adeus ao fotógrafo Eduardo Felipe



Eduardo Felipe era considerado um excelente profissional, respeitado e admirado pela categoria. Foto: Arquivo
Na semana em que se comemorou o Dia do Fotógrafo, dia 8 de janeiro, o Rio Grande do Norte perdeu um dos profissionais mais experientes no cenário potiguar. O fotógrafo Eduardo Felipe, que vinha lutando há anos contra o câncer, morreu na tarde desta sexta-feira (11), no Hospital Promater. Amigos, familiares e colegas da imprensa potiguar se despediram e prestaram a sua última homenagem ao amigo, companheiro e excelente profissional, como os próprios amigos o definiam, durante o velório que foi realizado no Centro de Velório do Morada da Paz. O sepultamento aconteceu na manhã deste sábado (12), no Cemitério de Extremoz. Eduardo Felipe encerra sua trajetória aos 50 anos e deixa a esposa, uma filha e uma neta.
Emocionada, a esposa do fotógrafo, Emília Felipe, não estava em condições de falar com a imprensa, mas disse que com a morte de Eduardo, “perde a coisa mais importante da vida. Fazia 19 meses que ele estava sofrendo e hoje ele descansa e seu sofrimento teve fim”.
O fotógrafo Herácles Dantas trabalhou com Eduardo Felipe por mais de 20 anos. Foram 10 anos no Jornal de Natal e 13 em O Jornal de Hoje. Bastante comovido e com lágrimas nos olhos, Herácles descreve como era Eduardo Felipe no dia a dia. “Um companheiro, amigo, rapaz dedicado ao trabalho, esforçado como poucos. Brincalhão, com uma risada que contagiava a todos. Perdemos um grande fotográfo do Rio Grande do Norte”, disse.
Herácles se lembra do último encontro que teve com Eduardo Felipe, na semana passada, na casa de Dudu, como era chamado pelos amigos. “Assim que eu cheguei na casa dele a primeira coisa que ele pediu foi que eu orasse por ele. Depois ele admirou bastante minha filha. Ele brincou, conversou normalmente e na hora de sair ele me agradeceu por tudo e disse que sabia que ia partir, mas pediu novamente que eu orasse por ele. Foi um grande pessoa”, desabafou o fotógrafo Herácles Dantas.

Profissional de O Jornal de Hoje por mais de uma década, ‘Dudu’ faleceu nesta sexta-feira (11) aos 50 anos. Foto: Heracles Dantas
A diretora de redação de O Jornal de Hoje, Sylvia Sá destacou o profissionalismo do fotógrafo Eduardo Felipe ao longo dos 13 anos que contribuiu para o crescimento do vespertino. “Ele era um fotógrafo que amava o que fazia, e mesmo depois da doença, sempre honrou os compromissos. Trabalhou até quando pode e só saiu do jornal depois que se aposentou. Todos que fazem o jornal faziam parte da família dele e acompanhamos toda a garra e luta dele contra a doença, mas infelizmente a doença conseguiu derrotá-lo. O Jornal de Hoje se sente honrado por ter tido Eduardo Felipe como colaborador por tanto tempo”, destacou Sylvia Sá.
O jornalista João Ricardo Correia trabalhou ao lado de Eduardo Felipe desde 1996. Ao longo desse período, a dupla colecionou histórias e aventuras na cobertura jornalística do Estado. “Era um rapaz extrovertido, profundamente competente, parceiro no sentido literal da palavra, uma ótima pessoa de se relacionar e com uma imensa vontade e disposição para trabalhar. A vontade que ele tinha de trabalhar deve servir de exemplo para a nova geração de fotógrafos. Era um cara apaixonado pela família, com um sorriso sempre estampado no rosto. Ele nos deixa como lição uma pessoa que não desistiu da vida e que lutou até o fim. Ele gostava de viver”, disse o jornalista que esteve com ele, pela última vez, há dez dias.
O jornalista Vicente Neto, que trabalhou por dois anos com Eduardo Felipe na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Parnamirim, conta que recebeu a notícia da morte do amigo no meio da tarde da sexta-feira (11). Para o jornalista, a vida é a eterna luta contra a morte. Uns insistem, alguns desistem, outros resistem. “Dudu insistiu e resistiu. Por ele, pela mulher, pela filha, pela neta, pela família. Lutou até o fim. Foi vencido, mas não deu o braço a torcer. Morreu como um guerreiro aos 50 anos de idade. Dudu para nós, seus amigos, foi um grande guerreiro. Ele nunca perdeu a esperança de que pudesse sair dessa”, disse Vicente Neto.
O secretário de Saúde de Parnamirim e jornalista Márcio César também prestou sua homenagem a Eduardo Felipe. Eles trabalharam juntos no Jornal de Natal, na Assessoria de Comunicação de Parnamirim e em três campanhas políticas em Parnamirim. “Quando a doença surgiu ele pediu para sair da Assessoria para se tratar. Infelizmente, não conseguiu derrotá-la, mas nos deixou a lição de não se pode fugir da batalha”, disse.
Márcio conta que esteve pela última vez com o fotográfo na véspera do Natal. “Ele ainda tinha força e esperança em Deus, pois só Ele poderia ajudá-lo. Ele sempre foi alegre e extrovertido, mas nesse dia encontrei um cara triste e preocupado. Estamos passando por um momento de dor, mas também de alívio para ele, que estava sofrendo com dor. Hoje a imagem que fica é de uma pessoa alegre e que não recusava nenhum tipo de trabalho. Perdemos um grande colega de trabalho, um profissional excelente e eu perco um amigo”, afirmou o jornalista Márcio Cesar.
Nas redes sociais, desde o anúncio de sua morte, as palavras de carinho se espalhavam pela internet. O jornalista Francisco Duarte Guimarães se disse ainda chocado com a morte do “colega e amigo” Eduardo Felipe. “Fotógrafo dos bons, melhor ainda repórter fotográfico. E mais ainda amigo, companheiro e figura humana. Lembro-me de umas experiências inesquecíveis juntos. Como quando fomos para Currais Novos fazer uma matéria e o carro derrapou na areia fina que tinha ficado na pista depois da chuva. O Escort, com a direção frouxa, sobrou na curva e desceu numa ribanceira cheia de mato e pedras enormes. Estávamos com o “burro a motor” Eduardo Viviane, como o chamava Eduardo Felipe. Um susto enorme. Um caminhão que passava pelas redondezas nos resgatou com uma corda, puxando o veículo. Tenho várias outras e inesquecíveis histórias vividas com o “Negão”, como ele mesmo costumava se chamar e todos assim carinhosamente o tratavam”, relata o jornalista que conviveu anos com o fotógrafo em uma relação de amizade.
“Quando fui colaborar com Marcos Aurélio, em O Jornal de Hoje, e a empresa precisou de um fotógrafo, fui novamente à casa dele (Eduardo Felipe) e o convidei para ocupar o cargo. Apresentei o nome dele a Marcos, dei o meu aval pessoal e Marcos o contratou. Eduardo ficou ali por mais de dez anos até ser acometido por uma doença que o obrigou a se afastar e agora vir a falecer. Era um cara novo ainda para ser tão covardemente atingido e ceifado desta vida. Mais que isso: era alegre, jovial, disposto, irradiava luz. Um grande companheiro, amigo leal e amante notável da família, especialmente a sua esposa Emília e de sua filha Rayane, da qual sempre nos falava com um contagiante amor e paixão. Lamento profundamente a perda desse nosso querido amigo e grande profissional da imprensa. Rezo para que Deus lhe abençoe, guarde-o num bom e merecido lugar e dê conforto e muita fé para sua esposa Emília e a sua querida filha Rayane”, destaca Francisco Duarte Guimarães.
O fotógrafo Canindé Soares lamentou a triste notícia da morte do companheiro de profissão, Eduardo Felipe. Ele lembrou da última vez que esteve com “Dudu”, que foi em um dos últimos jogos no antigo Machadão. “Ele falava que estava se aposentando. Tinha até combinado com alguns amigos de fazer uma visita a ele. Infelizmente não deu tempo. Lembrem dele nas suas orações”, disse o fotógrafo.
Fonte: JH Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário