terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lacônico, Lauro Maia nega tudo

Mantendo um comportamento linear e um discurso de poucas palavras, o advogado Lauro Maia, filho da ex-governadora Wilma de Faria (PSB) tentou se esquivar de todas as acusações de recebimento de propina no processo de contratação de mão de obra e serviços de higienização hospitalar da Secretaria de Saúde do Estado. Apontado como o mentor de um suposto esquema de desvio de verba pública e fraude em licitações, Lauro negou ontem, diante do juiz da 2ª Vara Federal, Mario Jambo, qualquer participação nos fatos de desencadearam a Operação Higia - deflagrada pela Polícia Federal em 2008 - e alegou que nunca teve influência na administração de sua mãe, enquanto gestora estadual ou municipal.

Lauro Maia informou, em seu interrogatório, que trabalhava como assessor parlamentar do deputado Rogério marinho (PSDB), na época em que a Operação veio à tona. "Nunca tive contato com a Sesap, a não ser quando se tratava de convênios ligados às prefeituras do interior", argumentou.O advogado também negou as acusações feitas pelos empresários Anderson Miguel e Jane Alves, de que seria o principal destinatário do dinheiro, supostamente pago para que os contratos feitos pelo governo com empresas terceirizadas fossem devidamente executados. "Não consigo entender a ideia disso", declarou Lauro.



Lauro (à direita) garante desconhecer até mesmo uma planilha encontrada pela Polícia Federal em seu computador Foto: Eduardo Maia/DN/D.A.Press
Indagado pelo juiz sobre as declarações de Jane Alves, que em seu interrogatório disse que havia arremessado dinheiro sobre ele na sede do PSB, Lauro afirmou que desconhece o fato. "Nunca recebi", declarou. Durante o depoimento do réu, o juiz Mario Jambo apresentou uma planilha que foi encontrada no computador do filho da ex-governadora e apreendida pela Polícia Federal na época da Operação, cujo conteúdo parece tratar de pagamentos a fornecedores do estado. Lauro disse desconhecer tudo.

"Contatos partidários"

O acusado ainda deu esclarecimentos à Justiça sobre sua relação com os demais réus no processo. Lauro disse, diante do juiz, que conhece João Henrique Lins Bahia Neto, secretário-adjunto de Esporte e Lazer do estado na época da Operação, desde a adolescência e da época em que ele trabalhou com Wilma na prefeitura. "Não tinha contatos com ele em termos administrativos. Eram apenas contatos partidários. Ele é uma pessoa boa que cumpre suas obrigações", disse.

Lauro afirmou ainda desconhecer que seu nome era citado nas ligações telefônicas feitas entre João Henrique e funcionários da empresa Líder Locação de Mão de Obra, uma das investigadas no processo. "O senhor sabe por que o sr. João Henrique lhe chamava de 'dono dos porcos' e 'filho da mulher'?", questionou o juiz Mario Jambo. "Só ele pode responder", disse Lauro. O réu também negou as acusações de que o ex- prefeito de Macaíba, Luiz Gadelha, o jornalista Diógenes Dantas, o irmão da ex-governadora, Fernando Faria e o deputado Wober Junior arrecadavam dinheiro para ele. "Nego e desconheço", declarou. 

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