José Reinaldo: “a derrota do imperialismo pela luta dos povos”
A atenção de dezenas de representantes de 11 países da América Latina, do mundo árabe e da Ásia esteve voltada, nos últimos dias 17 e 18 de junho (sexta-feira e sábado), para o debate do desenvolvimento de ações de solidariedade e do fomento da cultura da paz no mundo. As discussões fizeram parte da conferência internacional “A Integração Latino-Americana e a Luta pela Paz", promovida pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), em São Paulo.
Entre as significativas presenças que marcaram o evento estão os embaixadores no Brasil da Venezuela, Maximilien Arvelaez, e do Vietnã, Duong Nguyen Tuong, o presidente do Movimento Cubano pela Paz, José Ramon Rodriguez.
Leia a íntegra da intervenção:
O evento reuniu também representantes de movimentos sociais brasileiros, destacadamente a CTB, Conam, UGT, Marcha Mundial de Mulheres, UJS, Federação Palestina e Fearab e representações partidárias do PCdoB e PT.
Da América Latina participaram membros da Aliança Social Continental (Colômbia), Comissão de Familiares de Desaparecidos de Honduras, Mopassol da Argentina, Centro Martin Luther King de Cuba e Centro de Estudos sobre Segurança e Desenvolvimento do Peru.
Da América Latina participaram membros da Aliança Social Continental (Colômbia), Comissão de Familiares de Desaparecidos de Honduras, Mopassol da Argentina, Centro Martin Luther King de Cuba e Centro de Estudos sobre Segurança e Desenvolvimento do Peru.
O diretor do Cebrapaz José Reinaldo Carvalho fez uma intervenção analítica sobre as agressões imperialistas lideradas pelo governo estadunidense no Norte da África e na América Latina, a militarização e o desenvolvimento desenfreado da atual corrida armamentista. Ele realizou uma retrospectiva histórica e lembrou que a proclamação do advento da “nova ordem”, promovida pelo ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush — em meio aos acontecimentos que conduziram ao fim da Guerra Fria e à primeira Guerra contra o Iraque — foi, em sua essência, o anúncio de um plano de dominação global — que se abateu sobre a humanidade nos últimos 20 anos.
“Seguiu-se um período de uso indiscriminado da força bruta, desprezo pela legalidade internacional e pelas instituições multilaterais, militarização crescente das relações internacionais, decisões unilaterais, desprezo às Nações Unidas, dominação unipolar e imposição da primazia dos interesses estadunidenses no mundo” explicou.
“Seguiu-se um período de uso indiscriminado da força bruta, desprezo pela legalidade internacional e pelas instituições multilaterais, militarização crescente das relações internacionais, decisões unilaterais, desprezo às Nações Unidas, dominação unipolar e imposição da primazia dos interesses estadunidenses no mundo” explicou.
Foram desencadeadas então, as guerras de agressão ao Afeganistão e ao Iraque e de Israel ao Líbano e ao povo palestino. Campanhas de ameaças de agressão se abateram sobre países independentes, como a Síria, o Irã e a República Popular Democrática da Coreia. “Surgiram novos focos de tensão, com a guerra do Cáucaso, a expansão da Otan para o leste da Europa e a afirmação de novo conceito estratégico desse braço armado do imperialismo que institucionalizou sua presença em conflitos fora da Europa. A militarização se intensificou com a proliferação de bases militares, a criação do Comando Africano (Africom), a competição naval no Oceano Indico e o relançamento da Quarta Frota da Marinha de Guerra dos Estados Unidos na América Latina” afirmou o diretor do Cebrapaz.
Segundo José Reinaldo a vitória de Barack Obama, em novembro de 2008, envolveu a humanidade em uma ilusória promessa de mudança de rumos da política internacional estadunidense. Após três anos de governo Obama, a situação internacional não registra avanços em direção à paz.
“O presidente Obama defendeu a continuidade da chamada “guerra ao terrorismo”, deslocando o seu centro para o Afeganistão. Desde o início do seu mandato, tem defendido que os Estados Unidos necessitam de mais tropas e recursos para ganhar a guerra no Afeganistão e confrontar a crescente ameaça da Al Qaeda na fronteira com o Paquistão. A Guerra do Afeganistão, herança maldita do governo de George W. Bush, converteu-se na guerra de Obama”, ressaltou.
Ele explicou ainda que desde 19 de março de 2011, está em curso mais uma guerra do imperialismo norte-americano, de seus aliados da União Europeia e da Otan. Através de falsos pretextos, já foram realizados mais de cinco mil bombardeios contra a Líbia — que resultou na morte de centenas de civis.
América Latina
José Reinaldo lembrou também que nos últimos anos, o aumento da presença militar na América Latina e no Caribe passou ao centro da política do imperialismo norte-americano. “Os Estados Unidos reativaram a Quarta Frota de sua Marinha de Guerra num momento em que a América Latina ruma para a consolidação de um bloco regional que se caracteriza pelas posturas solidárias, independentes e soberanas, construindo fóruns regionais como o Mercosul, a Unasul, a Alba e o Conselho de Defesa Sul-Americano, afastando-se objetivamente da tutela estadunidense”.
Segundo José Reinaldo a vitória de Barack Obama, em novembro de 2008, envolveu a humanidade em uma ilusória promessa de mudança de rumos da política internacional estadunidense. Após três anos de governo Obama, a situação internacional não registra avanços em direção à paz.
“O presidente Obama defendeu a continuidade da chamada “guerra ao terrorismo”, deslocando o seu centro para o Afeganistão. Desde o início do seu mandato, tem defendido que os Estados Unidos necessitam de mais tropas e recursos para ganhar a guerra no Afeganistão e confrontar a crescente ameaça da Al Qaeda na fronteira com o Paquistão. A Guerra do Afeganistão, herança maldita do governo de George W. Bush, converteu-se na guerra de Obama”, ressaltou.
Ele explicou ainda que desde 19 de março de 2011, está em curso mais uma guerra do imperialismo norte-americano, de seus aliados da União Europeia e da Otan. Através de falsos pretextos, já foram realizados mais de cinco mil bombardeios contra a Líbia — que resultou na morte de centenas de civis.
América Latina
José Reinaldo lembrou também que nos últimos anos, o aumento da presença militar na América Latina e no Caribe passou ao centro da política do imperialismo norte-americano. “Os Estados Unidos reativaram a Quarta Frota de sua Marinha de Guerra num momento em que a América Latina ruma para a consolidação de um bloco regional que se caracteriza pelas posturas solidárias, independentes e soberanas, construindo fóruns regionais como o Mercosul, a Unasul, a Alba e o Conselho de Defesa Sul-Americano, afastando-se objetivamente da tutela estadunidense”.
Desde a eleição do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em 1998, a América Latina tem acumulado vitórias políticas eleitorais. “O sentido mais geral dos fenômenos em curso na região é a formação de uma corrente transformadora e a acumulação de vitórias dos povos e países em termos de independência, soberania, democracia, mecanismos de participação popular, justiça, desenvolvimento e progresso social”. Tais mudanças, ameaçam os planos de dominação norte-america, colocando no centro das estratégias de Obama o controle geopolítico da América Latina.
Solidariedade internacional
Neste contexto, explicou o diretor do Cebrapaz, a solidariedade internacional é um traço essencial da linha política dos movimentos populares e progressistas. “Temos em Marx, Lênin, José Martí e nos próceres das lutas pela independência em nosso continente as fontes doutrinárias que orientam tal conduta”.
Ele lembrou que a história registra importantes episódios de solidariedade internacional no Brasil. “O século 20 foi o século das lutas por uma nova sociedade, das revoluções anticolonialistas e anti-imperialistas, o século da descolonização da África, da Ásia e da afirmação da consciência nacional na América Latina” explicou.
Anti-imperialismo
Para o diretor do Cebrapaz a tarefa número um dos movimentos sociais no plano internacional é derrotar as “estratégias do imperialismo norte-americano, sua política de guerra, seu conservadorismo atávico, seus dogmas neoliberais, a ofensiva brutal que move contra a paz, a soberania nacional, a democracia e os direitos dos povos”.
Ele lembra que para a efetivação dessa derrota é preciso levantar a voz de protesto dos povos contra as guerras de agressão. “Nesse contexto, é importante defender a soberania nacional, apoiando ao mesmo tempo os processos de integração e unidade continental na América Latina”.
A última década foi marcada pelo renascimento das lutas sociais, que implicou também no surgimento de uma série de novas forças políticas e novos movimentos, novas formas de articulação.
José Reinaldo ressalta ainda que as condições para lutar, para acumular forças revolucionárias estão melhorando. “E em nossa análise não podemos considerar a ofensiva do imperialismo como o único fator. Os ativistas sociais devem recorrer ao método dialético e perceber as potencialidades revolucionárias que estão despertando, porque, percebendo a incidência dessas novas forças, compreendendo essas potencialidades, poderemos dar passos na luta pela paz, por uma nova ordem mundial e pela conquista de um mundo melhor, de justiça e progresso social”.
Ele conclui dizendo que a “concepção que nos norteia é o anti-imperialismo e a convicção de que o imperialismo não é invencível”.
De São Paulo,
Mariana Viel
Neste contexto, explicou o diretor do Cebrapaz, a solidariedade internacional é um traço essencial da linha política dos movimentos populares e progressistas. “Temos em Marx, Lênin, José Martí e nos próceres das lutas pela independência em nosso continente as fontes doutrinárias que orientam tal conduta”.
Ele lembrou que a história registra importantes episódios de solidariedade internacional no Brasil. “O século 20 foi o século das lutas por uma nova sociedade, das revoluções anticolonialistas e anti-imperialistas, o século da descolonização da África, da Ásia e da afirmação da consciência nacional na América Latina” explicou.
Anti-imperialismo
Para o diretor do Cebrapaz a tarefa número um dos movimentos sociais no plano internacional é derrotar as “estratégias do imperialismo norte-americano, sua política de guerra, seu conservadorismo atávico, seus dogmas neoliberais, a ofensiva brutal que move contra a paz, a soberania nacional, a democracia e os direitos dos povos”.
Ele lembra que para a efetivação dessa derrota é preciso levantar a voz de protesto dos povos contra as guerras de agressão. “Nesse contexto, é importante defender a soberania nacional, apoiando ao mesmo tempo os processos de integração e unidade continental na América Latina”.
A última década foi marcada pelo renascimento das lutas sociais, que implicou também no surgimento de uma série de novas forças políticas e novos movimentos, novas formas de articulação.
José Reinaldo ressalta ainda que as condições para lutar, para acumular forças revolucionárias estão melhorando. “E em nossa análise não podemos considerar a ofensiva do imperialismo como o único fator. Os ativistas sociais devem recorrer ao método dialético e perceber as potencialidades revolucionárias que estão despertando, porque, percebendo a incidência dessas novas forças, compreendendo essas potencialidades, poderemos dar passos na luta pela paz, por uma nova ordem mundial e pela conquista de um mundo melhor, de justiça e progresso social”.
Ele conclui dizendo que a “concepção que nos norteia é o anti-imperialismo e a convicção de que o imperialismo não é invencível”.
De São Paulo,
Mariana Viel
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