Otan declara que guerra no Afeganistão vai continuar
O secretário-geral da Otan (Aliança Militar agressiva dos países ocidentais), Anders Fogh Rasmussen, declarou nesta segunda-feira (2) que apesar do assassinato do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, a organização vai continuar guerreando no Afeganistão.
"Nesta noite, posso relatar ao povo americano e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, o líder da Al Qaeda, um terrorista que é responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes", disse o presidente americano.
O líder da Al Qaeda era acusado de comandar dezenas de atentados, incluindo as explosões em duas embaixadas americanas no Leste da África em 1998 e os ataques de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3 mil pessoas no World Trade Center, em Nova York, e no Pentágono, em Washington.
Bin Laden ocupava o primeiro lugar na lista de criminosos mais procurados pelos Estados Unidos, e as forças americanas tentavam capturá-lo desde antes de 2001.
Segundo Obama, a operação que levou à morte de Bin Laden foi autorizada por ele na semana passada, após vários meses de coleta de informações de inteligência.
O presidente disse que, em agosto do ano passado, "depois de anos de trabalho meticuloso" da inteligência americana, foi informado sobre pistas que poderiam levar a Bin Laden. Ele informou que manteve diversos encontros com sua equipe de segurança e que novas informações indicaram que Bin Laden estaria escondido em um complexo no interior do Paquistão.
Segundo Obama, a operação foi conduzida por uma "pequena equipe de americanos" e não houve civis feridos. "Depois de uma troca de tiros, eles mataram Bin Laden e assumiram a custódia de seu corpo", acrescentou.
A operação policial-militar que levou à morte de Osama Bin Laden é reveladora de que além do Iraque e Afeganistão, os Estados Unidos estão militarmente presentes no Paquistão, país constantemente atacado pelos aviões não tripulados “Drone”.
Segundo as agências estadunidenses, o corpo de Bin Laden foi atirado ao mar, depois de uma cerimônia que seguiu os preceitos muçulmanos.
As autoridades norte-americanas justificaram o enterro no mar informando que seria difícil encontrar um país que aceitasse receber o corpo de um dos mais procurados líderes extremistas do mundo.
Ex-presidentes
Em curta nota oficial, o ex-presidente norte-americano George W. Bush afirmou nesta segunda-feira (2) que a morte do líder e fundador da Al Qaeda, Osama Bin Laden, é uma vitória, mas lembrou que “a luta contra o terrorismo não deve acabar”. Os atentados de 11 de setembro de 2001 ocorreram durante o governo Bush.
Antecessor de Bush na Presidência dos Estados Unidos, o ex-presidente Bill Clinton destacou que a morte de Bin Laden representa para o mundo “um futuro comum de paz e de liberdade”.
Ambos os ex-presidentes tiveram seus mandatos marcados pelas guerras de agressão ao Iraque. George W. Bush, além de ter invadido o país árabe pela segunda vez, ocupou o Afeganistão em outubro de 2001, onde até hoje permanecem tropas invasoras dos Estados Unidos e da Otan, em nome da “luta contra o terrorismo”.
Governo paquistanês
O governo do Paquistão confirmou na manhã desta segunda a morte de Bin Laden. De acordo com a Chancelaria, o fato reafirma o desejo do Paquistão, cujos serviços vêm sendo acusados de estar em contato com rebeldes afegãos, de lutar contra o terrorismo.
“Temos estabelecido sistemas extremamente efetivos para compartilhar informações de inteligência com outras agências do mundo, inclusive com as dos Estados Unidos. Continuaremos apoiando os esforços internacionais contra o terrorismo”, informou a Chancelaria.
Pelo conteúdo do comunicado, descarta-se que os militares paquistaneses tenham tido participação na operação que matou Osama Bin Laden.
Pouco depois da morte de Bin Laden ser anunciada publicamente, o presidente Zardari se reuniu com o primeiro ministro, Yousuf Raza Gilani, e com o alto comando do exército, mas até o momento, não foram divulgadas mais informações sobre o encontro.
Repercussão internacional
Diversos líderes políticos internacionais, entre eles o presidente francês Nicolás Sarkozy, o primeiro-ministro britânico, David Cameron e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, comemoraram a morte de Bin Laden. Todfos de uma ou outra forma também disserram que a morte de Bin Laden não pode ser compreendida como o fim do combate ao terrorismo no mundo.
EUA e aliados exibem troféu Bin Laden para amedrontar os povos
Quase uma década depois dos atentados às torres gêmeas e ao edifício do Pentágono, em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos mataram Osama Bin Laden, a quem se atribuía a autoria desse e de outros crimes.Os líderes dos países imperialistas fizeram declarações extasiadas. O ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, terrorista número um, que realizou dois mandatos à frente da Casa Branca, durante os quais o país mais poderoso do mundo agiu como gendarme internacional e suas forças armadas como facínoras, não só comemorou a “vitória”, como se achou no direito de “alertar” que a “luta contra o terrorismo não acabou” com a morte de Osama Bin Laden.
O próprio presidente Obama fez afirmações no mesmo sentido, seguido pelos chefes de Estado das potências imperialistas europeias: Sarkozy, da França, a alemã Angela Merkel e o britânico Cameron.
O anúncio feito pelo presidente Obama em plena meia-noite de um domingo, em cadeia mundial de televisão, e o alarido dos meios de comunicação, parecem surtir alguns efeitos imediatos.
Milhares de pessoas foram aos portões da Casa Branca, com bandeirinhas dos Estados nas mãos para celebrar a “vitória”. Os temas cruciais da política externa, a crise econômica, os graves problemas sociais passam ao segundo plano. Mais uma vez o mundo é invadido por uma demagogia patrioteira pró-estadunidense e um falso discurso democrático. De novo a monstruosa máquina propagandística fomenta a idolatria da superpotência imperialista, apresentada como paladina das liberdades, da paz e da segurança no mundo.
Osama Bin Laden figurava como inimigo número um da política de segurança dos Estados Unidos, mas nunca foi efetivamente um polo de oposição a esta ou qualquer outra potência imperialista, nem um fator decisivo nas relações internacionais. E, desde que os Estados Unidos ocuparam o Afeganistão, o Iraque e passaram a exercer maior controle na fronteira afegã-paquistanesa, inclusive bombardeando sistematicamente o Paquistão com seus aviões não tripulados “Drone”, o terrorista não era mais que um símbolo. Agora morto, sua figura patética será usada à exaustão literalmente como espectro para amedrontar os covardes e promover a união de forças de direitistas e oportunistas em torno da esfarrapada bandeira do imperialismo norte-americano.
Osama Bin Laden nunca representou a luta antiimperialista, os povos árabes, nem mesmo o islã político com sua miríade de expressões. A Al Qaeda nunca foi e não é uma organização de luta pela justa solução dos graves problemas que afligem as regiões do Oriente Médio e da Ásia Central. Tampouco o terrorismo – que os ideólogos do imperialismo tentam identificar com a insurgência dos povos – é método de luta reconhecido e praticado pelas forças progressistas, de esquerda e antiimperialistas.
Bin Laden e a Al Qaeda foram paridos pelo ventre imundo dos Estados Unidos na luta antissoviética no Afeganistão, adestrados e financiados pelas agências de banditismo internacional, verdadeira rede de subsersão e contrarrevolução em cujo vértice está a CIA.
O discurso ensaiado e feito em uníssono pelos líderes das potências imperialistas (cujo braço armado, Otan, acaba de perpetrar um ato terrorista na Líbia, no qual mataram um filho e três netos do líder daquele país) de que a “luta contra o terrorismo vai continuar”, é uma indicação de que o mundo não ficará menos inseguro, instável e convulsionado com a morte de Bin Laden, como não ficou a partir das guerras de agressão ao Iraque e ao Afeganistão.
Ao brandir o troféu Bin Laden, os Estados Unidos e seus aliados mandam uma mensagem de guerra. Não de paz, mas de recrudescimento de conflitos e novas ameaças aos povos, cuja emancipação nacional e social será o resultado histórico da luta antiimperialista conduzida de maneira consequente.
Com agências
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