sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Egito: Nova marcha do milhão ocupa Praça Tahrir no Cairo

Milhares de ativistas do movimento que derrubou Hosni Mubarak exigiram nesta sexta-feira (25) a saída do governo provisório egípcio de funcionários ligados ao ex-ditador, apesar do atual Executivo ter pedido oficialmente "desculpas" pelos erros passados.

Manifestantes na Praça Tahrir
Manifestantes na Praça Tahrir
Dirigentes da denominada Revolução de 25 de Janeiro, data do início da onda de manifestações que levou à queda de Mubarak, convocaram uma "marcha do milhão" para exigir a renúncia do premiê Ahmed Shafiq.

A manifestação se desenvolvia no meio de medidas especiais de segurança. O acesso à praça Tahrir, epicentro da recente revolta popular egípcia, estava vigiado por soldados, apoiados por tanques.

Também havia um cordão de civis que, igual aos soldados, exigiam documentos de identidade de quem entrava na praça. Os manifestantes levavam bandeiras e cartazes, e muitos deles com as caras pintadas com as cores da bandeira egípcia.

Em muitos cartazes se viam fotos de alguns dos 300 mortos durante os protestos políticos que acabaram com o regime de Mubarak. Os manifestantes exigiam a formação de um novo governo e o julgamento do ex-ditador, que fugiu para a cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, na Península do Sinai, após anunciar sua renúncia.

Shafiq, da mesma forma que o ministro das Relações Exteriores, Ahmed Aboul-Gheit, e o da Justiça, Mamdouh Mohey el-Din, sobreviveram à recente remodelação do gabinete. Foram nomeados em seus postos pelo próprio Mubarak, tempos antes dele renunciar.

Os líderes do movimento reivindicador, basicamente jovens, acusaram membros do situacionista Partido Democrático Nacional e ao Ministério do Interior de promover "deliberadamente" o caos no país, em um esforço para macular a "imagem da revolução".

Nesse sentido, os manifestantes repetiram nesta sexta uma mobilização para que Shafiq deixe o cargo e coloque um fim "à continuidade do regime anterior".

Quinta-feira, Shafiq pediu "desculpas", em nome do governo interino, ao povo egípcio pelo que definiu como "erros passados", alguns dos quais, reconheceu, foram "pecados", mas sublinhou que eximia o atual Executivo de qualquer responsabilidade por eles.

O pronunciamento também marcou as "dificuldades" para recuperar e manter a confiança dos cidadãos, admitindo que o governo de Mubarak a havia perdido há vários anos.

Contudo, ratificou o compromisso oficial de combater a corrupção e citou como exemplo as ordens de prisão e congelamento dos bens de ex-funcionários e de empresários vinculados ao regime Mubarak.

Por outro lado, lembrou que se trabalha atualmente nas emendas constitucionais e outras medidas como a liberação de prisioneiros políticos, inclusive de 109 membros de grupos islamistas para o início da semana, e outra anunciada na quinta-feira pelo Ministério do Interior.

O Ministério confirmou que 42 pessoas associadas a movimentos islâmicos egípcios de correntes salafistas e jihadistas (partidários da guerra santa) já foram libertados.

Porém, aos manifestantes antigovernamentais se uniram nesta sexta-feira, sobretudo depois das orações coletivas, milhares de trabalhadores em greve por melhores salários e pela destituição de gerentes corruptos.

Também se prevê a incorporação de vizinhos do bairro de Maadi, na periferia sul do Cairo, para condenar a morte na quarta-feira de um taxista por um agente da polícia, que foi surrado por uma multidão que, em seguida, marchou até o Ministério do Interior para protestar contra o crime.

Com informações do Portal Terra e Prensa Latina
    Fonte: APUD Portal Vermelho

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