Maria Betânia Monteiro - repórter
Um canto de amor à cidade de São Gonçalo do Amarante é como o poeta e folclorista Deífilo Gurgel define o livro “São Gonçalo do Amarante – o país do folclore”. Apesar da declaração poética, o autor diz que todos os algarismos e informações são confiáveis. Eles são o resultado de mais de um ano de pesquisa intensa. “Eu já tinha andado em São Gonçalo na década de 1970, quando trabalhava na Fundação José Augusto e me dedicava ao folclore. Agora eu voltei ao município e descobri muitas coisas”, disse Deífilo em entrevista ao VIVER. O livro será lançado hoje, às 18h, no Teatro Municipal de São Gonçalo do Amarante.
“Devo a São Gonçalo, praticamente, meu amor pelo Folclore potiguar. No ano de 1971, certa noite, fui até a cidade, guiado pelo Almirante do Fandango Natalense, Joaquim Caldas Moreira, a fim de ver o Bumba-meu-boi de Pedro Guajiru. Quando chegamos lá, me deparei com o grupo dançando. Fiquei parado, o coração batendo. Foi o meu primeiro alumbramento, como no poema de Manoel Bandeira”, escreveu Deífilo.
Pensando na cultura popular, nos amigos que fez em São Gonçalo do Amarante, Deífilo decidiu ampliar a homenagem a São Gonçalo, partindo do seu folclore para os mais diversos aspectos da vida do município, sua geografia, história, economia, cultura, religião, governantes, filhos ilustres. “Há uma legião de jovens nas escolas, esperando essas informações”, disse ele.
E há muita coisa para ser falada. Começando pelo folclore, com a personalidade do saudoso Pedro Guajiru, mestre de Boi, até Militana Salustino do Nascimento, romanceira ganhadora única, no Rio Grande do Norte, da Comenda do Mérito da Cultura Brasileira; passando-se, na cultura erudita, por Manoel Nazareno, autor de “História de São Gonçalo”; e pelo poeta Jaime dos Guimarães Wanderley, habitante honorário da cidade. Além dos homens, há ainda os olhos d’agua, as tragédias e vitórias da história moderna de São Gonçalo , todo o universo de coisas e de fatos inexplorados.
Arte ceramista preservada
Uma das descobertas feitas pelo folclorista neste retorno a São Gonçalo do Amarante foi um casarão antigo localizado na fazenda “Olho d’água”. “Não sei se o casarão é tombado como patrimônio histórico, se não é deveria ser. Ele é belíssimo”, disse Deífilo.
Comparando os retratos da cultura do município, tirados na década de 1970 e 2010, Deífilo Gurgel observa as muitas transoformações, a maioria natural. Representantes da cultura popular morreram, como Dona Militana, Pedro Guajiru, Dona Neném (ceramista); mas muita coisa permanece preservada, como o pastoril Estrela do Norte, hoje chamado de Pastoril Dona Raimunda. Outro exemplo de preservação é a arte ceramista, que apesar da morte de Dona Neném foi mantida por Dona Miraci Felipe. “Dona Miraci trabalhava com Nenném, mas as suas cerâmicas são originais. É um belíssimo trabalho”, disse Deífilo.
O livro traz alguns poemas dedicados a pessoas como D. Neném: “D. Neném é a mesma/ Maria das Neves, habitante de Santo Antônio/ dos Barreiros, potiguar./ D. Neném faz figuras/ de barro, como não há,/ mas, principalmente faz/ uns galos de admirar”.
O escritor e desembargador aposentado, Manoel Onofre júnior, disse que o livro de Deífilo é sintético, simples e claro, já que se destina (também) aos jovens em idade escolar. Para Manoel Onofre, o ponto alto do livro é o capítulo “São Gonçalo e o Folclore”, onde estão descritas as principais manifestações culturais do povo sangonçalense.
Deífilo Gurgel é poeta e folclorista. Como poeta, está incluído na História da Poesia Brasileira, do poeta nacional Alexei Bueno. Como folclorista, publicou cinco trabalhos, sobre danças, teatro de bonecos do João Redondo, romanceiro de Alcaçus e um manual do Boi Calemba, tudo reunido depois, no livro Espaço e Tempo do Folclore Potiguar.
De sua exaustiva pesquisa de campo, por todo o Rio Grande do Norte, no período de 1985 a 1995, tem dois livros publicados: Romanceiro Potiguar, com 350 versões de romances brasileiros e ibéricos e O Diabo a Quatro, contos sobre o Demônio, colhidos em várias regiões do estado. No ano de 202, publicou o ensaio Areia Branca – A terra e a gente.
Um canto de amor à cidade de São Gonçalo do Amarante é como o poeta e folclorista Deífilo Gurgel define o livro “São Gonçalo do Amarante – o país do folclore”. Apesar da declaração poética, o autor diz que todos os algarismos e informações são confiáveis. Eles são o resultado de mais de um ano de pesquisa intensa. “Eu já tinha andado em São Gonçalo na década de 1970, quando trabalhava na Fundação José Augusto e me dedicava ao folclore. Agora eu voltei ao município e descobri muitas coisas”, disse Deífilo em entrevista ao VIVER. O livro será lançado hoje, às 18h, no Teatro Municipal de São Gonçalo do Amarante.
alex régisDeífilo Gurgel lança, hoje, livro em que conta a história de São Gonçalo do Amarante, sob o ponto de vista das manifestações culturais.
Os dados a que se referia Deífilo Gurgel foram pacientemente pesquisados em conversas e entrevistas. A ideia inicial do livro era dar um testemunho sobre o folclore de São Gonçalo. Em seguida o autor resolveu ampliar a ideia original e transformar o resgistro numa homenagem à cidade. “Devo a São Gonçalo, praticamente, meu amor pelo Folclore potiguar. No ano de 1971, certa noite, fui até a cidade, guiado pelo Almirante do Fandango Natalense, Joaquim Caldas Moreira, a fim de ver o Bumba-meu-boi de Pedro Guajiru. Quando chegamos lá, me deparei com o grupo dançando. Fiquei parado, o coração batendo. Foi o meu primeiro alumbramento, como no poema de Manoel Bandeira”, escreveu Deífilo.
Pensando na cultura popular, nos amigos que fez em São Gonçalo do Amarante, Deífilo decidiu ampliar a homenagem a São Gonçalo, partindo do seu folclore para os mais diversos aspectos da vida do município, sua geografia, história, economia, cultura, religião, governantes, filhos ilustres. “Há uma legião de jovens nas escolas, esperando essas informações”, disse ele.
E há muita coisa para ser falada. Começando pelo folclore, com a personalidade do saudoso Pedro Guajiru, mestre de Boi, até Militana Salustino do Nascimento, romanceira ganhadora única, no Rio Grande do Norte, da Comenda do Mérito da Cultura Brasileira; passando-se, na cultura erudita, por Manoel Nazareno, autor de “História de São Gonçalo”; e pelo poeta Jaime dos Guimarães Wanderley, habitante honorário da cidade. Além dos homens, há ainda os olhos d’agua, as tragédias e vitórias da história moderna de São Gonçalo , todo o universo de coisas e de fatos inexplorados.
Arte ceramista preservada
Uma das descobertas feitas pelo folclorista neste retorno a São Gonçalo do Amarante foi um casarão antigo localizado na fazenda “Olho d’água”. “Não sei se o casarão é tombado como patrimônio histórico, se não é deveria ser. Ele é belíssimo”, disse Deífilo.
Comparando os retratos da cultura do município, tirados na década de 1970 e 2010, Deífilo Gurgel observa as muitas transoformações, a maioria natural. Representantes da cultura popular morreram, como Dona Militana, Pedro Guajiru, Dona Neném (ceramista); mas muita coisa permanece preservada, como o pastoril Estrela do Norte, hoje chamado de Pastoril Dona Raimunda. Outro exemplo de preservação é a arte ceramista, que apesar da morte de Dona Neném foi mantida por Dona Miraci Felipe. “Dona Miraci trabalhava com Nenném, mas as suas cerâmicas são originais. É um belíssimo trabalho”, disse Deífilo.
O livro traz alguns poemas dedicados a pessoas como D. Neném: “D. Neném é a mesma/ Maria das Neves, habitante de Santo Antônio/ dos Barreiros, potiguar./ D. Neném faz figuras/ de barro, como não há,/ mas, principalmente faz/ uns galos de admirar”.
O escritor e desembargador aposentado, Manoel Onofre júnior, disse que o livro de Deífilo é sintético, simples e claro, já que se destina (também) aos jovens em idade escolar. Para Manoel Onofre, o ponto alto do livro é o capítulo “São Gonçalo e o Folclore”, onde estão descritas as principais manifestações culturais do povo sangonçalense.
Deífilo Gurgel é poeta e folclorista. Como poeta, está incluído na História da Poesia Brasileira, do poeta nacional Alexei Bueno. Como folclorista, publicou cinco trabalhos, sobre danças, teatro de bonecos do João Redondo, romanceiro de Alcaçus e um manual do Boi Calemba, tudo reunido depois, no livro Espaço e Tempo do Folclore Potiguar.
De sua exaustiva pesquisa de campo, por todo o Rio Grande do Norte, no período de 1985 a 1995, tem dois livros publicados: Romanceiro Potiguar, com 350 versões de romances brasileiros e ibéricos e O Diabo a Quatro, contos sobre o Demônio, colhidos em várias regiões do estado. No ano de 202, publicou o ensaio Areia Branca – A terra e a gente.
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